"É preciso ter normas para que a tecnologia não sirva para controle social, crie constrangimentos desnecessários ou tolha o direito de ir e vir." Segundo Vicente Filho, o reconhecimento facial em ambiente aberto pode ser útil para identificar foragidos da Justiça, mas como o banco de fotos para comparação é em 2D, a precisão do sistema é de cerca de 70%. "Em uma base de dados de 500 mil foragidos, para cada foto o sistema vai apontar uns 2 mil criminosos", diz.
Para ele, cruzar dados com outros bancos de informação pode ajudar a diminuir o risco de constranger um inocente. Professor do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Escola Politécnica da USP, Marcelo Zuffo diz que o aperfeiçoamento do sistema deve ocorrer na medida em que houver mais investimento na área e mais familiaridade com os recursos. "Inteligência artificial é baseada em aprendizado.
A tendência é que fique cada vez mais forte, impedindo falsos positivos e falsos negativos."Para ele, a China representa um "paradigma" no assunto. "É um país cujos níveis de segurança são altíssimos e tem número vasto de câmeras. Já foram instaladas aproximadamente 200 milhões de câmeras e o governo chinês tem intenção de instalar mais 400 milhões", afirma. O resultado, diz, são positivos: "Muitas cidades chinesas fazem uso de drones autônomos, com uso de inteligência artificial, na supervisão urbana e no combate a tráfico de drogas e furtos".